Chéngyǔ
出生入死 ()
Traduzido literalmente como “sair da vida e entrar na morte”, esta expressão retrata situações de risco extremo ou sacrifício vital. De origem antiga (do Dao De Jing), mantém uso moderno em contextos heroicos. Uma expressão semelhante em português é “arriscar a vida” ou “entre a vida e a morte,” embora esta última seja mais descritiva que idiomática.
()
Significa “afeição como mãos e pés”, simbolizando uma relação fraternal e inseparável. De uso clássico e ainda corrente, assemelha-se a “irmãos de alma” ou “unha e carne” em português, embora estas enfatizem proximidade mais que a metáfora corporal original.
脑满肠肥 ()
Tradução literal: “cérebro cheio, intestinos gordos.” Um chéngyǔ que critica a ganância ou opulência, associado a figuras corruptas ou indulgentes. De origem clássica, ainda usado modernamente. Expressão similar: “barrigudo” (coloquial, com conotação de excesso) ou “cheio de si” (para arrogância), mas sem equivalência exata.
杯水车薪 ()
Literalmente, 杯水车薪 é “um copo de água para apagar o fogo de uma carroça de lenha”. Figurativamente, significa soluções ineficazes para problemas grandes. É um 成语 () antigo, originário do texto clássico 孟子 (), do século IV a.C. Em português, equivale a “enxugar gelo” ou “tapar o sol com a peneira”.
横挑鼻子竖挑眼 ()
Literalmente, 横挑鼻子竖挑眼 é “criticar o nariz na horizontal e os olhos na vertical”. Figurativamente, significa ser excessivamente crítico, encontrando falhas em tudo. É um 成语 () antigo, refletindo a cultura de perfeccionismo. Em português, equivale a “procurar pelo em ovo” ou “ser pentelheiro”. Origem: O termo aparece no livro 龙须沟 (, “Vala da Barba do Dragão”), de 老舍 (), publicado em 1950.
Metáforas
蛀虫 ()
Literalmente “inseto broca”, metáfora para quem corrói organizações internamente, como um parasita. Uso moderno (ex.: em críticas políticas), com raízes em terminologia rural antiga. Equivalente aproximado: “sanguessuga” (explorador) ou “câncer” (algo destrutivo), embora “parasita” seja a tradução mais direta.
狮子大开口 ()
Tradução literal: “o leão abre a boca grande”. Metaforicamente, refere-se a exigências exorbitantes ou pedidos abusivos, como preços altos ou condições irracionais. É uma metáfora antiga, supostamente presente no capítulo 12 de “O Romance das Dinastias Sui e Tang” (隋唐演义), onde o leão simboliza força e voracidade. Em português, equivale a “pedir a lua” ou “querer o couro e o salame”.
蛰伏 ()
Literalmente, 蛰伏 significa “esconder-se e permanecer imóvel”, como animais em hibernação. Figurativamente, indica um período de espera estratégica ou inatividade temporária para agir no futuro. É uma metáfora antiga, com raízes na literatura clássica chinesa. Em português, corresponde a “ficar na moita” ou “esperar o momento certo”.
把球踢给 ()
Literalmente, 把球踢给 significa “chutar a bola para [alguém]”. Figurativamente, descreve a ação de transferir responsabilidade ou problemas para outra pessoa, evitando lidar com a situação. É uma metáfora moderna, originada do contexto esportivo (futebol), mas amplamente usada em situações cotidianas ou profissionais. Reflete uma prática comum de evitar responsabilidades. Em português, uma expressão semelhante seria “empurrar com a barriga” ou “passar a batata quente”.
把球踢给自己 ()
Literalmente, 把球踢给自己 significa “chutar a bola para si mesmo”. Figurativamente, pode indicar assumir a responsabilidade de algo, em vez de repassá-la a outros. É uma metáfora moderna, menos comum que 把球踢给, mas ainda assim usada em contextos onde a proatividade é valorizada. Em português, uma expressão semelhante seria “assumir a responsabilidade” ou “segurar a bronca”.
Gírias
伟光正 ()
A expressão “伟光正” () é uma abreviação moderna que significa “grandioso, glorioso e correto” (伟大, 光荣, 正确). Originalmente, era usada para descrever de forma laudatória o Partido Comunista Chinês, destacando sua suposta grandeza, glória e correção ideológica. No entanto, com o tempo, a expressão também passou a ser usada de forma irônica ou satírica, especialmente em contextos online, para criticar a propaganda oficial ou a idealização excessiva de instituições ou figuras de autoridade. É uma expressão moderna, classificada como uma gíria política ou meme, e reflete uma mistura de reverência e sarcasmo. Em português, uma expressão semelhante em tom irônico poderia ser “o bonzão” ou “o salvador da pátria”, dependendo do contexto.
扒着油水 ()
Literalmente, “扒着油水” significa “agarrando-se à gordura” ou “se aproveitando do óleo”. Figurativamente, descreve alguém que tira proveito de situações para obter benefícios pessoais, muitas vezes de forma oportunista ou corrupta. É uma gíria moderna, originária do contexto coloquial chinês, associada à ideia de extrair “gordura” (ganhos) de algo. Uma expressão semelhante em português seria “mamar nas tetas” ou “tirar vantagem”.
拱火 ()
Literalmente, 拱火 significa “atizar o fogo”. Figurativamente, descreve ações que provocam conflitos ou intensificam discussões, muitas vezes intencionalmente. É uma gíria moderna, comum em redes sociais e contextos informais. Em português, expressões equivalentes são “botar lenha na fogueira” ou “atiçar a briga”.
太滋润 ()
Literalmente, 太滋润 significa “muito hidratado” ou “excessivamente nutrido”. Figurativamente, é uma gíria moderna que descreve alguém vivendo com extremo conforto, luxo ou privilégios, muitas vezes com tom irônico (ex.: “Sua vida está 太滋润!” = “Você está nadando na riqueza!”). Originou-se na linguagem coloquial chinesa contemporânea, associada a críticas ao consumismo. Em português, equivaleria a “vida regada” ou “mordomia”.
Termos Históricos e Arcaicos
心系万民 ()
Literalmente, 心系万民 significa “coração ligado às dez mil pessoas” (万民 = “dez mil pessoas”, termo arcaico para “a população”). Figurativamente, expressa uma profunda preocupação com o bem-estar do povo ou da sociedade. É uma expressão idiomática clássica, com raízes na cultura chinesa e valores confucionistas, frequentemente usada para descrever líderes ou figuras públicas que demonstram compaixão pelo povo. Em português, uma expressão semelhante seria “ter o povo no coração” ou “preocupar-se com o bem comum”.
朕 ()
Literalmente, 朕 era um pronome de primeira pessoa usado exclusivamente pelo imperador na China imperial, equivalente a “nós” ou “este imperador”. Figurativamente, simboliza autoridade suprema e distanciamento hierárquico. É um termo arcaico, originário do chinês clássico, e perdeu uso após o fim do sistema monárquico (1912). Não é uma expressão moderna, mas aparece em contextos históricos, literários ou paródias. Em português, um equivalente aproximado seria “Nós Real” (em textos monárquicos) ou “este soberano”.
朝堂 ()
Literalmente, 朝堂 significa “salão da corte” ou “local de audiência imperial”. Refere-se ao espaço físico e simbólico onde o imperador recebia oficiais e decidia assuntos de Estado. É um termo histórico, associado à estrutura burocrática da China imperial, e não é usado no cotidiano moderno. Em português, um equivalente seria “Corte Imperial” ou “salão do trono”.